SÃO LUÍS, 09 de junho de 2023 – No dia 17 de novembro de 2022, o ministro de Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, recebeu o senador eleito Flávio Dino. A nomeação de Dino para o ministério no lugar de Torres era dada como certa e o encontro foi marcado pela cordialidade do ministro bolsonarista. Menos de um mês após assumir o cargo de ministro, a amabilidade de Torres foi correspondida com a destruição de sua vida profissional e pessoal por Dino. Parece que Tarcísio de Freitas pretende seguir o exemplo de Torres e terminar seu mandato antes do fim dentro de uma cela da Polícia Federal. Flávio Dino se prepara para esmagar e prender Tarcísio Freitas
Há em certos setores do bolsonarismo uma alienação completa e absoluta em relação à proporção da disputa política em curso. Uma crença na “civilidade” e “convivência democrática” que irá, no fim das contas, levar todos à ruína e prisão.
FRAQUEZA RECOMPENSADA COM DESTRUIÇÃO
Após a derrota de Jair Bolsonaro, Anderson Torres acreditou que abrindo as portas do Ministério da Justiça para Flávio Dino, elogiando o futuro substituto e dando alguns tapinhas nas costas do comunista, iria amortizar alguma coisa.
Perseguido logo em janeiro pelo mesmo Flávio Dino o qual estendeu o tapete vermelho em novembro, Torres terá anos na cadeia vislumbrando sua reputação destruída enquanto tenta cometer suicídio para rever a cordialidade com o algoz.
Antes mesmo do ocaso do 8 de janeiro, Flávio Dino já ensaiava exigir a Torres, nomeado secretário de Segurança no Distrito Federal, que voltasse ao cargo de delegado da Polícia Federal. Flávio ali deixava claro que, enquanto Torres almejava a tal “relação republicana”, a relação entre os dois seria de vida e/ou morte.
Então veio o 8 de janeiro…
Mesmo sabendo que Torres não possui absolutamente nenhuma relação com os ataques, Flávio Dino trabalhou para transformá-lo no principal responsável por tudo aquilo.
Por que o extermínio de Torres? Ocorre que naquele dia 17 de novembro de 2022, Flávio Dino teve a certeza de lidar com um fraco. Sabia que sua ânsia implacável de destruição de adversários (que não é novidade para ninguém que acompanha a política maranhense) recairia sobre um fraco que iria pedir-lhe moderação ao invés de partir para o contra-ataque.
Naquele dia Torres começou a sangrar em um tanque acompanhado de um tubarão. A arena política é o tanque, a demonstração de fraqueza é o sangue e o tubarão vocês já sabem quem é…
TARCÍSIO É O PRÓXIMO
Finalizada a completa destruição e humilhação de Torres, Flávio Dino resolveu disparar uma flecha de reconhecimento contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Por ordem do ministro, o policial federal Danilo César Campetti, do mesmo partido de Tarcísio, foi retirado da assessoria de gabinete do governo de São Paulo. Danilo estava cedido ao governo.
A alocação de funcionários públicos entre as mais diversas instâncias é algo comum no Brasil. Neste aspecto, a permanência de Danilo César na gestão de Tarcísio seria algo mais do que normal. Não para Flávio Dino!
Acontece que Danilo participou da condução coercitiva de Lula em 2016. Alegando “baixo efetivo”, a liberação de Danilo foi cancelada por Ricardo Capelli, secretário executivo do Ministério da Justiça e homem de confiança de Dino.
É óbvio evidente e escancarado que Capelli e Dino agem para cercar Danilo ao tirá-lo da gestão de Tarcísio de Freitas. E o que fez o governador após a investida dos adversários? Agradeceu, afirmou não haver conflito e disse que está tudo bem. Tudo o que Flávio Dino e Capelli esperavam: estamos lidando com mais um bobão que irá ser aniquilado sem reagir.
A eterna tragédia bolsonarista: frente à aniquilação política, gritar que está nas quatro linhas e acabar entre três paredes e uma grade. Flávio Dino se prepara para esmagar e prender Tarcísio Freitas
ARTHUR LIRA MOSTROU COMO SE FAZ
Na mesma semana em que testou Tarcísio, Flávio Dino tentou constranger o presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira (PP). Dados de uma operação sigilosa que supostamente envolvia aliados de Lira vazaram, coincidentemente, durante um período de relação conturbada entre Lira e Lula.
Ao contrário do governador de São Paulo, que ligou agradecendo e pedindo mais, Lira articulou a convocação de Dino para a CPMI dos ataques de 8 de janeiro. Flávio Dino entrou em pânico, pediu desculpas e tudo indica que a coisa morreu ali.
Entre um Lira que reage a ataques e um Tarcísio que agradece pelos golpes, a escolha de Dino será evidente.
O extermínio em curso de bolsonaristas que participaram da gestão, que tem seu auge na completa humilhação de Anderson Torres, deveria servir de alerta a Tarcísio de Freitas. A ação contra Danilo então é declaração franca de guerra. Só que Tarcísio, assim como Torres, quer uma relação republicana. Sua fragilidade acionou o cronômetro de ida para a prisão. Quem sabe quando estiver na mesma cela de Anderson Torres, Tarcísio de Freitas aprenda da forma amarga como o ex-ministro aprendeu que não se negocia e nem se abaixa a guarda para comunistas.
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