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Pré-conceito em Codó: Filho do empresário Chiquinho da FC, deputado Nagib comete racismo estrutural em comentário sobre prefeito de Codó que tocou Tambor de crioula


O deputado estadual Francisco Nagib (PSB-MA), filho do empresário Chiquinho da FC, causou polêmica nas redes sociais ao cometer racismo estrutural em um comentário feito em uma publicação no perfil do Instagram do jornalista Acélio Trindade, no qual quis fazer uma crítica ao prefeito de Codó, Dr. Zé Francisco (PT), que apareceu em um vídeo tocando Tambor de críoula no dia 13 de maio durante a programação alusiva em homenagem ao Dia da Abolição da Escravatura.

No comentário racista, Nagib referiu-se ao prefeito da cidade, que é médico, dizendo “Agora bem aí… Aprenda pois essa poderá ser sua próxima profissão após sua saída da Prefeitura em 2024 pois como médico acho que também perdeu a clientela”. O deputado banalizou a cultura do Tambor de crioula como uma profissão, cometendo racismo estrutural ao tentar fazer uma crítica a um gesto de apoio e participação do prefeito Dr. Zé Francisco, que também é negro.

A comunidade quilombola e preta de Codó ficou indignada com o comentário do deputado estadual. Maria Moreira, uma das lideranças da comunidade Matões do Moreira, afirmou que “O deputado estadual Francisco Nagib cometeu um erro grave, desrespeitando toda a nossa cultura ao reduzir o Tambor de críoula a uma profissão. Não é assim que se trata a nossa cultura. A nossa cultura é rica, é forte, é ancestral e é uma das marcas mais importantes de nossa identidade como povo. O deputado errou, e errou feio”.

A declaração do deputado gerou uma grande repercussão e críticas nas redes sociais. Internautas acusaram Francisco Nagib de racismo e de menosprezar uma tradição cultural importante para o estado do Maranhão. Diversas entidades e movimentos negros também repudiaram o comentário do filho do empresário Chiquinho da FC.

Os codoenses, principalmente a população preta das comunidades quilombolas, ficaram indignados com o comentário do deputado estadual que deveria representar o povo. “O povo quilombola merece mais respeito e tocar Tambor de crioula nunca foi profissão”, disse uma pessoa preta da Comunidade Barro Vermelho, acrescentando que o deputado “pisou na bola”.

O episódio reforça a necessidade de combater o racismo estrutural, que muitas vezes passa despercebido pela sociedade, mas que causa danos irreparáveis às pessoas negras e suas comunidades. A declaração do deputado Francisco Nagib é uma clara demonstração de que o preconceito ainda está presente em todas as esferas da sociedade, inclusive nas instâncias políticas. Após a repercussão negativa Nagib excluiu o comentário. É preciso denunciar e combater esse tipo de comportamento, garantindo que todos tenham acesso à igualdade de direitos e oportunidades, independentemente da cor da pele.

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ASCOM/CODÓ

Categoria: Notícias