O brasileiro tem se habituado a fazer justiça com as próprias mãos. Viramos julgadores contumazes, não à toa, cenas de lixamentos constantemente são presenciadas nas ruas e obviamente disseminadas nas redes sociais. Estamos colocando em prática, a Lei do Talião, o Código de Hamurabi, ou seja, “olho por olho, dente por dente”. E o deputado estadual Fábio Macedo (PDT), foi mais uma vítima dessa prática destrutiva, envolvido em uma grande confusão, o parlamentar foi execrado, condenado e até alvo de chacota com seu homônimo que sofre de problema semelhante, o ator Fábio Assunção que luta contra a dependência química.
Fábio Macedo não é um coitadinho, não é inocente e vai ter que responder pelo que fez, agrediu um artista – Leo Cachorrão – e um policial militar. Porém, a maior pena ele e sua família já devem está pagando, o deputado estadual é acometido de uma doença devastadora, o alcoolismo. Infelizmente no Brasil, a doença é levada na brincadeira. Muitos nem consideram como um problema de saúde, mas sim uma questão moral.
O deputado estadual Fábio Macedo não é nenhum vilão, afinal sempre gostamos de encontrar um Judas para atirar pedras. O parlamentar é um sujeito comum com qualidades e defeitos como qualquer outro. No entanto, ele é mais um entre tantos outros que enfrentam a dor dilacerante de conseguir controlar seus impulsos e compulsões. O que difere ele de nós é sua condição de política, é a alegoria criada a partir da banalização da condição do outro, assim como seu homônimo ganhou uma MÁSCARA, usada no carnaval para tratar o alcoolismo como piada, o mesmo poderia passar a acontecer com o parlamentar e ao invés de simplesmente massacra-lo, ridiculariza-lo, deveríamos propor uma discussão séria sobre a entrada do álcool no lares dos brasileiros.
Admiro a coragem de Fábio Macedo de ter assumido a sua doença, afinal como dito anteriormente preferimos tratar o alcoolismo como uma questão moral ou simplesmente uma bobagem, afinal quantas vezes não já ouvimos: “você bebe igual uma moça”. A frase citada é uma ofensa grave e o contrário “é moça, mas bebe como um homem”, acaba sendo levada como um troféu conquistado. Por isso que é preciso também lembrar que alcoolismo está relacionado ao machismo e ao patriarcado.
Mas além do alcoolismo, Fábio Macedo também trouxe a tona outra doença que gostamos muito de julgar como “frescurite”, a depressão após um procedimento bariátrico. O deputado estadual expõe a necessidade de haver um cuidado com doenças tão sérias que podem atingir qualquer pessoa, inclusive alguém que está no topo das camadas sociais, assim como possui a instrução necessária para evitar esses caminhos tortuosos.
Fábio Macedo, assim como outros milhões brasileiros é mais uma vítima do alcoolismo, doença que não restritiva dos mais humildes ou daqueles que não possuem instrução. O deputado estadual caso queira optar por um caminho diferente, pode virar um embaixador de uma causa que tem poucos adeptos no Brasil, e principalmente no Maranhão.
Com Informações: http://diegoemir.com
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