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Professora é demitida após responder para uma aluna de onde vêm os bebês

Qual professor do ensino básico nunca se viu jogado contra a parede diante de um questionamento complicado? Temos certeza que você não foi o primeiro e não será o último. Entretanto, é fato que algumas perguntas feitas pelos pequenos podem gerar o maior rebuliço na sala e até mesmo fora dela. 

“Professora, de onde vêm os bebês? Como são gerados? Perguntei para a minha mãe e ela mandou eu perguntar para a senhora “, narrou Elaine, a educadora de 36 anos, que afirma ter sido demitida de uma instituição privada após responder este questionamento. 

Nós já falamos aqui algumas vezes sobre situações constrangedoras e perguntas inusitadas que acontecem frequentemente no cotidiano dos professores. Contudo, histórias como essa chamam a atenção, afinal, é um questionamento muito comum entre as crianças e os professores precisam estar munidos para lidar com esses casos. 

Pensando nisso, o Educador te conta hoje tudo sobre este inusitado caso. Quer saber mais? Então continue conosco e confira na íntegra agora mesmo! 

Como aconteceu o caso?

Elaine Cosmo, 36 anos, afirma ter sido demitida de uma instituição de ensino privada, após responder ao questionamento de uma aluna a respeito de onde viriam os bebês. A professora, que lecionava na Escola Dimensão, conta que nos 10 minutos finais de sua aula, uma estudante perguntou sobre a natureza dos bebês e como eles eram gerados, alegando que recebeu orientações da mãe para que perguntasse à professora. 

dúvida

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A educadora relatou que, ao questionar aos seus alunos quem mais teria dúvida sobre a pergunta da colega, vários estudantes levantaram as mãos.

Elaine alega que, ao ser questionada pela estudante, explicou que, para gerar um bebê era necessário que houvesse o contato sexual entre um homem e uma mulher maiores de idade e responsáveis por seus atos. Explicou ainda que o homem produz o espermatozóide que irá chegar ao útero da mulher e, assim, será gerado um bebê. 

No dia seguinte, logo após o término do seu turno de trabalho, a professora foi convidada a se retirar do corpo docente e, segundo ela mesma, impedida de retornar à escola para se despedir dos seus alunos e devolver os materiais didáticos.

O que diz a escola? 

Professora é demitida após responder para uma aluna de onde viriam os bebêsProfessora é demitida após responder para uma aluna de onde viriam os bebês

A escola alega que todas as mães do 5º ano se reuniram para questionar a abordagem da professora em sala de aula, alegando condutas obscenas e gestos inapropriados. A docente negou tais acusações e apontou que se deparou, em um aplicativo de mensagens em que comunicou sua saída, com um grupo de mães surpresas com a demissão repentina, dizendo ainda que não participaram da reivindicação. 

A professora reconheceu que a temática levantada pela aluna não constava no plano de ensino da escola, mas que a abordagem é prevista pelas diretrizes curriculares nacionais. Elaine aponta ainda que, por viver em uma cidade pequena, tem sido taxada de indecente no fazer do seu ofício. 

O ressentimento da professora está marcado pela falta de diálogo da instituição, que se apressou em expulsá-la. Contudo, a escola nega as afirmações da docente e aponta que sua demissão se deu, não por conta da educação sexual, mas por fazê-lo sem um planejamento pedagógico adequado. 

Você pode conferir mais detalhes sobre o caso clicando aqui.

O que o MEC diz sobre o ensino da educação sexual nas escolas?

Educador revisou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de aprendizagem do Ministério da Educação acerca da temática de Orientação Sexual e destacou que, por considerar a escola como um ambiente de integração das experiências vividas pelos estudantes, tal espaço deve desenvolver o prazer pelo conhecimento, sendo fundamental reconhecer seu papel na educação para uma sexualidade ligada à vida, à saúde, ao prazer e ao bem-estar e que englobe as diversas dimensões do ser humano. 

Segundo o Ministério da Educação (MEC), em seu plano de ensino nacional comum, o ensino sistemático de orientação sexual nas escolas articula-se com a promoção da saúde das crianças, dos adolescentes e dos jovens. A existência desse trabalho, por sua vez,  possibilita a realização de ações preventivas das doenças sexualmente transmissíveis/Aids de forma mais eficaz, além de ajudar a prevenir abusos sexuais e gravidez indesejada. 

Visando garantir a responsabilidade ao tratar de um tema associado a tão vasta multiplicidade de valores, a escola precisa estar consciente da necessidade de abrir um espaço para reflexão como parte do processo de formação permanente de todos os envolvidos no processo educativo, desde os pais até os estudantes. 

Compete à escola abordar os diversos pontos de vista acerca da educação sexual, compreendendo os valores e crenças existentes na sociedade, objetivando apenas o auxílio ao aluno na construção de um ponto de vista próprio por meio da reflexão contínua. Nesse sentido, o trabalho realizado pela escola não substitui e nem compete com a função da família nesse espaço, mas pode ser complementar.  

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Assim, o ensino da educação sexual é um processo formal e sistematizado, que deve acontecer dentro da instituição escolar a partir de um planejamento que proponha uma intervenção por parte dos profissionais da educação, não devendo ser diretiva, ou seja, ter caráter de aconselhamento individual ou terapêutico, mas estar circunscrita ao âmbito pedagógico e coletivo. 

Portanto, o assunto deve ser abordado dentro dos limites da ação pedagógica, sem invadir a intimidade e o comportamento de cada aluno ou professor. Tal postura deve, inclusive, auxiliar as crianças e os jovens a discriminar o que pode e deve ser compartilhado no grupo e o que deve ser mantido como vivência pessoal. 

Conclusão

Para Paulo Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Portanto, é fundamental destacar a importância de um planejamento pedagógico responsável, mas que verse sobre as diversas temáticas da vida humana e em sociedade.

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Assim, em vista da potencialidade do MEC como instrumento de organização das instituições de ensino, acreditamos que aquilo que está previsto como direcionamento curricular deve ser obedecido, contudo, todas as abordagens devem acontecer de forma planejada e responsável, além de adequada à faixa etária dos discentes. 

Com Informações: https://educador.com.br

Categoria: Notícias