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EM DESTAQUE: Um amigo fiel

Alberto Pessoa

Quem têm muitos amigos pode chegar à ruína, mas existe amigo
mais apegado que um irmão. (Provérbios 18-24)

Durante mais de um ano fiquei à deriva em mar de indecisões e incertezas sobre o porto a aportar. Mesmo com abstenção do uso de bebida alcoólica, me deparei com um problema grave de saúde. Fui diagnosticado com cirrose hepática crônica. O meu fígado estava em condições precárias.
Tudo aconteceu quando estava de férias no Maranhão. Fui muito bem assistido no Hospital Regional de Caxias-MA, ainda na administração da senhora Cláudia Coutinho, que mantinha uma equipe médica multiprofissional exemplar auxiliada por profissionais da saúde dedicados.
Após a realização diversos exames na própria unidade fui
encaminhado para continuar com o tratamento em Brasília.
Retornei de imediato ao DF, mesmo já apresentando crises de encefalopatia ou descompensação temporária, inerente à doença.
Foram meses de idas e vindas ao Hospital Universitário de Brasília (HUB), Hospital de Base (HB), Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e Clínicas e laboratórios particulares. Equipes de Gastro, oncologistas, entre outros profissionais da saúde pública debruçaram a fundo sobre a minha enfermidade, investigando minuciosamente as causas do mal. Internações, exames, consultas, recomendações e rigoroso regime alimentar, além do uso intensivo de medicação faziam parte do meu cotidiano.
Perda de sono, falta de apetite, fraqueza, entre outros sintomasme faziam companhia de noite e de dia.
Em madrugadas frias ou em tardes quentes, só ou ao lado de familiares sentia uma força inabalável de viver: Deus.
Os especialistas decidiram me encaminhar para a fila de transplante hepático do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), anexo do Hospital das Forças Armadas (HFA). Lá recebi uma atenção especial por parte de uma grande equipe multiprofissional, composta por Cirurgiões Gerais, Gastroenterologistas, Oncologistas, Enfermeiros, Assistentes Sociais, Psicólogos, Nutricionista, Odontólogo, Fisioterapeuta, Cardiologista, entre outros que me acompanharam numa maratona de exames para constatar a habilitação para a cirurgia de transplante.

Um chek list com mais de vinte exames de laboratórios e clínicos foi cumprido. Os procedimentos para a cirurgia foram totalmente aprovados. Cinco dias depois da realização de todos os exames e confirmação da equipe sobre as condições físicas do paciente, recebi o chamado de urgência para a realização do procedimento cirúrgico. O novo órgão estava vindo do Paraná e tínhamos apenas algumas horas para a entrada na sala de operação. Assim foi feito. Oito horas depois já me encontrava na UTI com um fígado novo numa manobra perfeita do grupo profissional sob as bênçãos do Senhor.

Depois, uma semana de enfermaria tive alta, com acompanhamento permanente e sistemático das equipes.

A partir daí, tive a convicção de que uma nova pessoa se aponderava de mim. Saí do vale da morte para vislumbrar uma vida com melhor qualidade. Graças ao Poder Divino, à ciência, à tecnologia e às mãos de homens e mulheres abençoadas, usadas pelo Doutor dos Doutores agiram em favor da vida. Neste dia 13 de agosto completou três meses da cirurgia e sinto-me em plena recuperação com outra perspectiva de viver.

Nesse processo, quero destacar a intercessão de familiares e amigos que em muito me ajudaram, principalmente, através das preces, orações e clamores a Deus a meu favor. Minha congregação, meus irmãos, foram fiéis, justos e solidários.
Cito exemplo de amizade que veio lá do Maranhão onde o amigo de infância José Moura Filho, morador do povoado Jacarandá, no município de Matões, pegou uma promessa com sua santa protetora Nossa Senhora do Rosário para que intercedesse junto ao pai para minha cura. Na missa marcada para o dia 10 de dezembro naquela localidade devo estar presente para expressar minha gratidão a todos da família Zeca Moura.

Aí me veio à memória episódio ocorrido naquela mesma região há anos, no povoado Pacas, cujo proprietário Zezinho Cassiano, compadre de meu pai, foi atravessar uma porteira e sua espingarda disparou acidentalmente tirando-lhe a vida, sendo sepultado na propriedade. O seu cão de estimação, um cachorro de porte grande, que derrubava boi pela venta, seu fiel companheiro, não se conformou com a perda e se pôs no interior do cemitério passando a viver por dias naquele local deitado ao lado da cova do seu dono até morrer. Porém, deixou lições inesquecíveis de fidelidade, amizade e amor. Assim são os verdadeiros amigos.

Categoria: Notícias