“Combateu o bom combate”

Alberto Pessoa (Jornalista)

As homenagens prestadas pela sociedade caxiense no merecido cortejo de despedida do policial Amorim ( Sargento da reserva da Polícia Militar do Maranhão), falecido de HVC nesta quarta-feira, foram dignas pelo mérito alcançado por esse agente público e filho da terra gonçalvina que durante toda sua vida profissional dedicou-se com hombridade e justiça à causa inerente à segurança pública de Caxias-MA.

Eu posso falar, pois além de, por ter sido vizinho dele, cuja família é amiga de nossa casa. Tive a oportunidade de estar lado a lado com o policial quando por muitos anos trabalhei nos corredores das delegacias e quartéis como repórter policial. Desde a TV Paraíso ao Jornal da Cidade.

Amorim desempenhava com afinco sua missão. Com um porte físico avantajado impunha respeito por parte dos infratores da lei. Primeiro como soldado no tempo dos comandantes nossos amigos tenente Pestana e tenente Silva, além do amigo sargento Sousa no quartel da PM no Morro do Alecrim.
Pela sua intensa atuação no combate à marginalidade em Caxias Amorim foi para a ala da P2 e auxiliava com muita eficiência e experiência a Polícia Civil em todos os Distritos Polícias do município.

Tinha a admiração e respeito de seus colegas de farda, bem como dos delegados de polícia, desde o Dr. Hilton, Norman, Jair, Celso, Dra. Ceomar, Karla e muitos outros que passaram pelos 1°, 2° e 3°DP e DEM e juízes das varas como o Dr. Milton Bandeira, Veloso… e do Ministérios Público.

“Hoje é um dia muito triste: o policial Amorim foi ao encontro do pai! Quando fui trabalhar no 2° DP ouvi muitas histórias sobre ele, falavam do quanto ele era temido pelos fora da lei e respeitado pelos seus companheiros, depois de algum tempo pude comprovar que não havia exagero: ele era aquele profissional que fazia toda diferença! É difícil falar o que essa perda significa para os familiares, amigos e a sociedade em geral! Ele era um pai exemplar, um amigo que você podia contar sempre que precisasse e se dedicava ao trabalho com um sacerdócio; jamais se esquivava de uma missão por mais perigosa que fosse; enfim, era o profissional que com certeza entregaria uma mensagem à Garcia! E agora, só resta desejar que ele faça sua viagem com serenidade e descanse em paz no seu novo lar, na certeza que fará muita falta”, escreveu a delegada aposentada Dra. Ceomar Mendes.

Amorim tinha a “digital” de praticamente todos os delinquentes contumazes de Caxias. Conhecia bem os bairros. Era também temido pelos ” malas” que tremiam na base quando o policial se aproximava deles: “foi eu não “seu” Amorim”, bradavam. Investigava o Pipoco, traficante e ladrão das antigas, que reza a lenda sobre seu modus operandi carregava consigo dois gatos dentro de um saco. E nas madrugadas de invasão domiciliar qualquer barulho inesperado os coitados dos gatinhos eram usados. Bom disfarce.

Aprendeu muito com o Caixa D’água ( investigador folclórico de Caxias), sabia exatamente como atuavam os elementos conhecidos da polícia como o Porco Manso, Bocão, Jucivam e muitos outros que enveredaram pelo mundo do crime.
Qualquer ocorrência ou alteração nos bastidores polícias Amorim era acionado.Já tinha consigo a linha de investigação sempre acertada. Em suas últimas missões chegou a ser alvejado por balas de bandidos. Foi aposentado merecidamente após longos anos botando sua vida à risco para defender a sociedade maranhense e caxiense.
Nas horas vagas participava de projetos sociais junto à comunidade.

Um herói em nosso meio e merece ainda uma promoção pós morte por parte da Polícia Militar maranhense e assim garantir o andamento da vida de sua família.

Vai com Deus meu amigo Amorim.

Fotos: divulgação