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PARA REFLETIR: “Somos piores que o Covid-19”, diz Ailton Krenak

A terra pede silêncio

Em meio ao medo e às incertezas trazidos a cada um de nós por essa pandemia do Covid-19, parece imperioso nos voltarmos para dentro de nós mesmos, não apenas para buscarmos força e luz para que nos ajudem a fazer essa travessia do  momento, mas, com igual intensidade, refletirmos sobre nossas atitudes diante do mundo.

O que temos feito para estarmos em sintonia com o planeta; o que deixamos de fazer que tornasse  a terra mais feia e mais degradada; o que, honestamente, fizemos para piorar o nosso ambiente?

Estou diante de uma reflexão bastante interessante que nos traz o jornalista, educador e ambientalista Ailton Krenak, na sua recém-lançada obra “O Amanhã Não Está À Venda”. Krenak é um mineiro devotado à causa da natureza e à causa do índio, com reconhecimento mundial ao seu esforço e e notável conhecimento.

Trago, hoje, parte dessa sua necessária reflexão, desejando que elas nos ajudem a pensar diferente a partir dessa pandemia que a todos amedronta:

“É terrível o que está acontecendo, mas a sociedade precisa entender que não somos o Sal da Terra. Temos que abandonar o antropocentrismo; há muita vida além da gente, não fazemos falta à biodiversidade. Pelo contrário.

Desde pequenos, aprendemos que há listas de espécies em extinção. Enquanto essas listas aumentam, os humanos proliferam, destruindo florestas, rios e animais. Somos piores que o Covid-19. Esse pacote chamado humanidade vai sendo descolado de maneira absoluta desse organismo que é a Terra, vivendo uma abstração civilizatória que suprime a diversidade, nega a pluralidade das formas de vida, de existência e de hábitos.

“Quando o Covid-19 ataca os pulmões, o doente precisa de um respirador, um aparelho para alimentação  do oxigênio,  senão ele morre. Quantas máquinas dessas vamos ter de fazer para 7 bilhões de pessoas do planeta?

A nossa mãe, a Terra, nos dá de graça o oxigênio, nos põe para dormir, nos desperta de manhã com o sol, deixa os pássaros cantar, as correntezas e as brisas se moverem, cria esse mundo maravilhoso para compartilhar, e o que a gente faz com ele?

O que estamos vivendo pode ser a obra de uma mãe amorosa que decidiu fazer o filho calar a boca pelo menos por um instante. Não porque não goste dele, mas por querer lhe ensinar alguma coisa.

“Filho, silêncio.” A Terra está falando isso para a humanidade. E ela é tão maravilhosa que não dá uma ordem. Ela simplesmente está pedindo: “Silêncio.”. Esse é também o significado do recolhimento.”

Com Informações:https://www.meionorte.com

Categoria: Notícias