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CAXIAS EM FOCO: Bandolo o “gênio” do Pau do Dirceu no Cangalheiro

“Todo ser humano tem um gênio dentro de si, lutando para sair da escuridão.
Para libertá-lo, basta um pouco de luz para indicar o caminho da saída”
(Nyll Mergello)

O bairro Cangalheiro é um dos que mais contribuem para a manutenção do acervo histórico-cultural-politico social de Caxias.
Pode-se até afirmar que o local é berço de grandes gênios caxienses. O Cangalheiro foi e ainda o é, a principal porta de entrada para Caxias uma das cidades mais antigas do Brasil. O Pau do Dirceu era a árvore que sobrevoava a chegada dis visitante diariamente.
Lá morou, em uma casa grande onde ainda resiste resquícios da construção, o delegado Cristino Cruz ou Papagaio como era conhecido. E temos ali Joana Coutinho, uma mulher negra, humilde, altruísta, que ensinou sua grande família a lutar pelos direitos de todos os cidadãos e cidadãs de sua comunidade.
No ano de 1977 eu morava na Rua do Fio ali perto do senhor Ferrer. Jogava bola (Guarani, River…), com os jovens do bairro e pude conhecer o grande engenheiro e intelectual Jadhiel Carvalho, um exemplo para deu povo.
Na rua Clodomir Cardoso morava o senhor conhecido como Alemão, pai da artista plástica Tita Rêgo.
Em frente à casa de Tita estava o ninho principal da família Medeiros onde nasceu e viveu o nosso Manoel da Páscoa (Passinho), fundador da Academia Sertaneja de Letras com sede na estilosa residência.
Na movimentado rua mora também a família Bezerra baluarte nas atividades econômicas do bairro e de filhos ilustres na literatura, como o acadêmico da ACL Manoel Bezerra.
Porém, além destes nomes, muitos outros fazem parte desta galeria de notáveis do bairro.

Mas, e o Bandolo? Ah! O Bandolo.

O Bandolo era um mecânico, cuja família ainda mora no bairro e não me deixa mentir: era um gênio. Em casa, Bandolo consertava banheiro, telhado, “diabo a quatro”. Era criativo, apesar do pouco conhecimentos nas letras.
Um certo dia Bandolo resolveu construir por conta e risco, um Jeep, era o máximo. O Seu Dá (empresário Alderico Silva) tinha a representação da Wills do Brasil e aqueles modelos circulando pelas ruas gonçalvinas inspirou o mecânico caxiense.
Ele montava uma engenhoca, peça-a-peça por algum tempo.
Pronto: o motor ok, o pedal ok, pneu careca ok. Festa dos meninos.
Mas, o pior estaria por vir. Para tirar o tal veículo do quintal, Bandolo teria de destruir praticamente a casa toda, quebrando paredes, pisos e muros.
Ai não deu: o projeto nunca saiu do quintal, porém para a história, a história não acaba precisa tão-somente ser registrada mesmo que com poucas palavras ou em poucas linhas.

Foto: Alberto Pessoa (Desenho de Pietro Pearce Pessoa. AOS QUATRO ANOS)

Categoria: Notícias