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GIRO PELO BRASIL: #LulaPreso

Depois de 500 dias conclamando a militância a gritar “Lula Livre”, o ex-presidente petista recusa a progressão da pena para o semiaberto com o objetivo de pressionar o STF a soltá-lo em definitivo nos próximos dias

DAQUI NÃO SAIO Lula não quer, ao menos por ora, deixar a cadeia, mesmo recebendo ordens da Justiça. A estratégia agora é outra: ele articula a liberdade sem restrições (Crédito:Nelson Almeida / AFP)

Germano Oliveira

Desde que fora apanhado em malfeitos pela Lava Jato, Lula vive de auras. Primeiro, para manter a aura de honesto, fez o diabo para não ser preso. Jamais – em tempo algum – houve na história política do Brasil tantas chicanas para se libertar um corrupto. Até articular uma vaga no ministério de Dilma a fim de escapar do foro do ex-juiz Sergio Moro Lula fez. A Suprema Corte do País chegou a se mobilizar para alterar um entendimento já firmado cujo principal interessado era Lula: a prisão depois da condenação em segunda instância.

atos pela soltura do ex-presidente petista. Em suma, a campanha para poupá-lo da prisão e depois para tirá-lo de trás das grades não conheceu limites. Agora, na tentativa de preservar a aura de “preso político”, Lula recorre a mais um expediente inusitado. Ele abre mão da progressão da pena ao semiaberto para – pasme – permanecer preso. Ao menos até que o STF o liberte definitivamente e sem restrições, o que ele espera que ocorra já nos próximos dias. Ou seja, depois de 500 dias na cadeia, o demiurgo de Garanhuns foi do bordão #Lulalivre a #Lulapreso ao sabor de suas conveniências pessoais e político-partidárias. Lula pode até nutrir esse desejo. O que ele não pode é querer uma lei só para ele, ou seja, uma norma que se adeque perfeitamente aos seus desígnios. Que estado de Justiça teremos daqui em diante como conseqüência de mais um gesto político do petista destinado única e exclusivamente a dourar a aura que ele quer conservar perante a uma claque que hoje perdeu relevância?

O PT experimenta uma crise de identidade de um partido moldado pela liberdade e pelos avanços sociais desde que foi flagrado em atos inequívocos de corrupção. O petismo foi consumido pelo lulismo e o primeiro não mais sobrevive sem o segundo. Daí a necessidade de manter acesa a chama de pretensa probidade do petista condenado. Por isso, o movimento de Lula, como sempre, não passa de uma jogada de marketing político. Ele quer uma Justiça só para ele e que todos se adaptem aos seus caprichos.

Nos últimos 17 meses, o STF tem se movido quase que exclusivamente para atender aos pleitos do petista. Ele se percebe acima das leis. Sabe que se deixar a cadeia com as condições impostas pela juíza Carolina Lebbos, estará validando a condenação e todo o processo jurídico que o levou à prisão, derrubando por terra a trilogia de que é preso político. Ele começou a esboçar essa tese ainda às vésperas de sua prisão na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Lá, entrincheirou-se, e, com a proteção de milhares de sindicalistas fanáticos, que lhe serviram de escudo humano, resistiu à prisão por mais de 48h. Agora, pretende usar o episódio da soltura como um novo lance do processo de martirização.

Ao se recusar a deixar a cadeia, Lula está tentando seguir os passos do líder sul-africano Nelson Mandela, que negou-se a deixar a penitenciária depois de 23 anos preso. Só que entre os dois há uma abissal e indisfarçável diferença. Enquanto Mandela foi realmente perseguido politicamente e condenado injustamente, Lula terminou sentenciado com provas incostestes – por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá. Até o presidente da OAS, Léo Pinheiro, que construiu o imóvel, confessou ter ofertado o apartamento a Lula como propina, em troca de contratos superfaturados na Petrobras. Mas, a partir da campanha “Liberdade plena para Lula”, o PT quer fazer valer a narrativa de que o petista é injustiçado, com direito à hilária condição de indicado ao Prêmio Nobel da Paz, como Mandela. Colará? Com a palavra o STF.

CONDIÇÕES A juíza Carolina Lebbos aceita colocar o petista em liberdade, desde que ele use tornozeleira eletrônica e trabalhe durante o dia. O petista, de olho nas articulações do Supremo Tribunal Federal, recusa (Crédito:Divulgação)

Lula já cumpriu um sexto dos 8 anos e 10 meses aos quais foi condenado. Apenas por isso, o Ministério Público Federal sob Deltan Dallagnol solicitou à Justiça que o regime de Lula fosse convertido para o semiaberto, o que lhe conferia o privilégio de ficar detido em casa, um confortável duplex na aprazível cidade de São Bernardo do Campo. Como contrapartida, teria de trabalhar durante o dia, andar por aí trajando a famigerada tornozeleira eletrônica e pagar uma multa de R$4,9 milhões, valor este que seria abatido dos R$ 50 milhões já retidos pela Justiça: “Quem usa anel no pé é pombo-correio”, rechaçou o petista.

Consultado se aceitava ir para casa nessas circunstâncias, Lula escreveu uma carta de próprio punho na segunda-feira 30 assegurando que não irá “barganhar” sua soltura. E impôs absurdas condições para sair: quer ser posto em liberdade desde que a Justiça reconheça que é “100% inocente”, que o juiz Sergio Moro seja considerado inapto por ter decretado sua prisão e que, finalmente, o ministro lhe peça desculpas pelos danos causados. Uma desfaçatez total. Dessa forma, Lula e o PT estão a inaugurar a prisão perpétua no Brasil, uma vez que todas as instâncias do Judiciário referendaram a sentença de Moro e ele jamais deixará a prisão com o almejado “atestado de inocência”. Afinal, as provas de corrupção são irrefutáveis.

Com Informações: https://istoe.com.br

Categoria: Notícias