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ELEIÇÕES 2018: Flávio Dino se afasta do governo do Maranhão

O governador Flávio Dino (PCdoB) deu ontem uma demonstração de que tem os pés politicamente bem assentados no chão. Num gesto de desprendimento político e maturidade institucional, ele encaminhou à Assembleia Legislativa um pedido de licença do cargo para o período em que durar a campanha eleitoral na qual se movimenta para conquistar novo mandato. O comunicado foi recebido pelo presidente da instituição legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que o despachou para cumprir os trâmites normais. Licenciado do cargo, Flávio Dino pretende intensificar sua campanha à reeleição, determinado que está a comandar nas urnas uma ampla vitória da grande aliança partidária que conseguiu articular. Tudo leva a crer que o governador vai se desdobrar para consolidar o seu favoritismo apontado pelas pesquisas feitas até aqui, e mais do que isso, usar todo o seu prestígio para embalar as candidaturas dos deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) ao Senado, pretendendo também galvanizar a campanha dos seus aliados a deputado federal e deputado estadual num grande movimento que deverá também injetar “gás” na corrida do presidenciável Fernando Haddad (PT), já que se tornou quase impossível consolidar a candidatura do ex-presidente Lula da Silva ao Palácio do Planalto.

Licenciado do cargo, o governador Flávio Dino age exatamente em sentido contrário da maioria dos governadores candidatos à reeleição, que preferem permanecer no comando efetivo da máquina do que dele se desvencilhar por quatro semanas para ir ao encontro do eleitorado prestar contas e pedir votos. Com a atitude, governador do Maranhão quebra mais um “padrão” de comportamento político, demonstrando ser possível realizar um trabalho político forte e eficiente sem ter a “caneta na mão” em momentos decisivos como uma campanha eleitoral em que o futuro dele e da mega aliança partidária que comanda está em jogo.

Flávio Dino sabe que está em vantagem na corrida às urnas, que tem até aqui a preferência da maioria dos eleitores maranhenses e que tem condições de liquidar a fatura eleitoral em um só turno. Mas é dono de Inteligência política suficiente para saber que está em guerra aberta com adversários lastreados numa experiência madura, que tem no ex-presidente José Sarney (MDB), visto por muitos como a mais hábil raposa em atividade no País, o seu principal expoente. O governador sabe que cada passo, cada gesto, cada movimento seu está sendo medido e avaliado por quem conhece o jogo político e sabe tirar de um tropeço munição pesada para bombardear o adversário.  Principalmente agora, quando o Grupo Sarney, muito fragilizado com os catastróficos resultados eleitorais de 2014 e 2016, luta para se manter de pé e alimentar seu poder de fogo.

Ao se licenciar num momento decisivo da campanha eleitoral, o candidato Flávio Dino sinaliza com clareza que acredita piamente nos movimentos que o levam para mais perto do eleitorado. Político identificado com a sua geração, aposta alto nas redes sociais, investe bem na propaganda no rádio e na TV, mas acredita que o diferencial é encarar o cidadão “ao vivo e a cores”, como fez por longo período na pré-campanha e na campanha que o levou ao Palácio dos Leões em 2014. E vai para o corpo-a-corpo certo de que fez o que prometera e pode chegar agora, relatar os feitos e pedir para continuar trabalhando por mais quatro anos. Uma estratégia simples, mas que só pode produzir resultados se for praticada com jogo aberto, transparência e, principalmente, honestidade política. E principalmente com o argumento inevitável de um balanço positivo da sua gestão.

Licenciado do cargo, portanto, o governador Flávio Dino caminha também para o confronto direto dos debates, nos quais enfrentará a emedebista Roseana Sarney com seu lastro de 14 anos de poder, o senador  Roberto Rocha (PSDB) com um discurso desenvolvimentista bem articulado, a ex-prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge (PSL), que tem na aliança com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) a sua principal bandeira, e os representantes da esquerda sonhadora, Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU).

Categoria: Notícias