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ELEIÇÕES 2018: Lula vai ser preso, mas poderá se candidatar e influenciar decisivamente a corrida eleitoral de outubro

Lula da Silva: a caminho da prisão e da campanha eleitoral

Lula da Silva: Supremo o colocou na caminho da prisão e da campanha eleitoral

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu caminho para que o líder petista seja preso nas próximas semanas, para cumprir pena de 12 anos dois dois meses, em regime fechado, acusado de ter recebido um triplex em Guarujá como propina. Porém, mesmo preso, o ex-presidente terá forte influência na corrida eleitoral deste ano, a começar pelo fato de que, ao contrário do que alguns estão alardeando, ele poderá se candidatar a presidente da

República. Ainda que confinado numa prisão e enquadrado na Lei da Ficha Limpa, portanto inelegível, Lula da Silva poderá se candidatar e realizar atos de campanha em situação especial e participar da propaganda eleitoral. O fato é que existem na legislação penal e nas regras eleitorais brechas que permitem essa situação, das quais o ex-presidente poderá lançar mão influenciar, de maneira decisiva, nos rumos da corrida ao Palácio do Planalto e para os Governos estaduais. Lula da Silva, porém, não poderá participar das eleições, podendo manter sua condição de candidato até o dia 17 de setembro, vinte dias antes das eleições, prazo limite para que a Justiça Eleitoral invalide o seu registro de candidatura e obrigue o PT a substituí-lo como candidato.

Nesse contexto, o Maranhão é um dos estados onde a influência política do ex-presidente é muito forte, tendo as pesquisas realizadas até agora revelado que larga maioria do eleitorado maranhense o tem como primeira opção de voto. E mesmo que, por conta da prisão e, agora, da certeza de que ele poderá se candidatar e realizar atos de campanha, mas não participará da eleição presidencial, o prestígio do ex-presidente deverá ser mantido em alta. A grande maioria dos seus simpatizantes é formada pelas classes menos favorecidas e que foram favorecidos nos seus dois períodos de Governo com uma forte política de distribuição de renda por meio de programas sociais, como o Bolsa Família, por exemplo. Poderá, portanto, influenciar fortemente nas escolhas dessa massa eleitoral, principalmente para presidente da República e para governador do Estado.

Abandonado pelo Grupo Sarney, que desfez a aliança com o PT para se engajar na linha de frente do movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Lula se voltou para seu aliado natural no Maranhão, o governador Flávio Dino, a quem apontou como “uma das melhores coisas que aconteceram no Brasil nos últimos tempos”. Isso porque, mesmo tendo amargado a aliança de Lula e de parte do PT com o Grupo Sarney, com o apoio rasgado do ex-presidente ao candidato Lobão Filho (PMDB) em 2014, Flávio Dino apostou que a identificação ideológica e a afinidade política levariam o ex-presidente e o PT a juntar forças com o PCdoB no estado. A relação foi refeita e consolidada quando o governador Flávio Dino se tornou uma das vozes mais destacadas e enfáticas contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que classificou de “golpe”. De lá para cá, Lula da Silva e Flávio Dino estreitaram a relação num processo político que culminou no grande ato, realizado em frente ao Palácio dos Leões para marcar o encerramento da peregrinação do ex-presidente pelo Nordeste. Naquela noite, Flávio Dino declarou apoio irreversível e incondicional à candidatura de Lula da Silva a presidente, que por sua vez avisou ao mundo sobre seu apoio integral ao projeto de reeleição do governador.

O apoio de Flávio Dino a Lula da Silva vem se mantendo ostensivo. Tanto que, mesmo nos Estados Unidos, para proferir palestra na Universidade de Harvard, de longe o mais importante centro da inteligência norte americana, o governador do Maranhão usou redes sociais para dar sustentação política ao ex-presidente.

A hipótese de ter uma campanha do PT com Lula preso é, então, possível. Mas a Lei Eleitoral também estabelece que os partidos políticos tenham até 20 dias antes das eleições para substituírem as suas candidaturas. Caso o STF entenda que Lula está inelegível – e é fatalmente o que acontecerá com a confirmação da condenação, o PT não poderá mais substituí-lo após 17 de setembro, e aí será excluído da corrida presidencial. Independentemente desse complicado jogo de xadrez em que se misturam habilidade política e regras eleitorais, o governador Flávio Dino permanecerá ao lado do ex-presidente Lula da Silva. E a base da motivação do governador é a condenação do ex-presidente pelo juiz chefe da Lava Jato, Sérgio Moro, que na avaliação de Flávio Dino, cometeu uma aberração jurídica, alegando que Lula da Silva foi condenado sem provas.

Ao negar-lhe o habeas corpus, o Supremo bateu martelo: Lula da Silva será preso. A decisão limitará drasticamente seus movimentos políticos, mas evitará que jogue o peso da sua influência na campanha eleitoral no Brasil inteiro, com enfoque especial no Maranhão.

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FONTE: http://reportertempo.com.br/

Categoria: Notícias