A Oposição está se mostrando incomodada com a movimentação do governador Flávio Dino (PCdoB) para fortalecer a aliança partidária que comanda e que liderará nas eleições do ano que vem como candidato à reeleição. Esse estado de ânimo se manifestou com maior evidência nos últimos dias, quando o chefe maior do PP no Maranhão, deputado federal André Fufuca, decidiu apoiar o projeto eleitoral do chefe do Poder Executivo tendo como contrapartida a nomeação de Hewerton Pereira para a Secretaria de Estado dos Esportes. Também o PT reforçou sua participação na aliança partidária governista nomeando a ex-deputada federal Teresinha Fernandes para a Secretaria de Estado da Mulher. Representada principalmente pelo Grupo Sarney, a Oposição não engole o fato de que aliados de primeira hora fechem acordos com o governador Flávio Dino, desfalcando fortemente o poder de fogo das forças oposicionistas e, oor via de consequência, reduzindo o seu cacife político e eleitoral.
O incômodo oposicionista se deve em parte ao fato de que os líderes do Grupo Sarney apostavam que, por conta de postulados ideológicos, o governador não se dedicaria a fortalecer o grupo partidário que já integra a frente que se transformará na sua coligação. Mas, ao contrário, ele surpreendeu. Agora mais traquejado no complicado xadrez da política partidária, Flávio Dino entrou no jogo para valer atraindo o PP e, de quebra, sacramentando a aliança com o PT.
A participação do PP na colcha partidária costurada pelo governador Flávio Dino e que tem o PCdoB como carro-chefe é emblemática. O partido era parte desse grupo quando estava comandado pelo deputado federal Waldir Maranhão. Com a reviravolta que resultou no expurgo de Waldir Maranhão e na entrega do partido a André Fufuca, o comando do Grupo Sarney apostou que o atual 2º vice-presidente da Câmara Federal se alinharia automaticamente ao projeto de candidatura da ex-governadora Roseana Sarney ao Palácio dos Leões. Perdeu a aposta, porque o governador Flávio Dino agiu rápido, abriu as portas do Governo, negociou abertamente com o jovem chefe partidário, abriu-lhe as portas do Governo e, numa articulação bem amarrada, garantiu a permanência do PP na aliança governista e comprometido com o seu projeto de reeleição. A costura com o PT foi mais complicada, exigindo uma reengenharia na participação petista na aliança, que resultou na saída do petista Márcio Jardim da Secretaria de Estado dos Esportes, mas acomodando uma petista de peso, Terezinha Fernandes, na Secretaria de estado da Mulher.
O acordo partidário que costurou com o governador Flávio Dino mostrou com clareza que o deputado federal André Fufuca é politicamente bem mais maduro e tarimbado do que muitos imaginam. Demonstrou também que o jovem parlamentar tem projeto de curto, médio e longo prazo, sabe aonde quer chegar e conhece cada vez mais o caminho das pedras. Calculou com precisão que aliar-se ao governador Flávio Dino era a decisão mais adequada ao partido e ao seu projeto político, certo de que no Grupo Sarney poderia ser atropelado por outras lideranças em ascensão. Sabe que pela distância ideológica não terá vida fácil na aliança liderada pelo governador Flávio Dino, mas avaliou também que nesse campo o jogo é mais aberto, preto no branco e sem rodeios.
O fato é que ao atrair André Fufuca e seu PP, o governador Flávio Dino marcou gol de placa e deixou a Oposição em desconforto.
FONTE: http://reportertempo.com.br/
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