
Conhecida como a “Igreja dos Direitos Humanos”, a ICM foi criada em 1968 nos Estados Unidos e em 2003 chegou no estado do Rio de Janeiro para alguns anos depois se instalar em um espaço modesto no bairro da Santa Cecília, na capital paulista mais estruturada. O objetivo da igreja é abraçar a população LGBTQ, que não costuma ter espaço no cristianismo tradicional. A ICM aceita casamentos homoafetivos, conta com drag queens em seus eventos e, entre seus pregadores, está Alexya, a primeira pastora transgênera da América Latina.
Alexya, foi chamada para ser diaconisa da ICM a convite do reverendo Cristiano Valério. Foi assim que fez um curso de Teologia e outros ordenamentos para se tornar membra do clérigo. A expectativa é que no fim do ano Alexya passe a se reverenda da ICM. Será uma das primeiras da América Latina.
Eu, mulher transgênera gero uma relação de amor e ódio nas pessoas, sentimentos que andam grudadinhos”, diz Alexya.
“Se Jesus pode se transicionar, por que eu não posso?”
“Na ICM a gente ousa dizer que Deus é mulher. Porque essa parte masculina de Deus é muito feia. Esse Deus que fica 24 horas no trono, o Todo Poderoso, que você esbarra em algo e ele te condena. A gente não faz essa leitura, a gente acha que Deus é mãe, é amor,” explica Alexya.
Não parece que há assunto que possa abalar a fé ou colocar em cheque a posição de pastora de Alexya. Discute-se de sexo na ICM, aborto e todos os assuntos que são tratados como pecado no catolicismo e outras linhas mais tradicionais cristãs. Evidentemente, as instituições católicas condenam a existência de Alexya ou a ignoram completamente. “Sou um elefante pink no meio da sala”, brinca.
VEJA VÍDEO: