Luis Fernando Silva: mudança no comando e candidatura do PSDB podem levá-lo a dar guinada
Uma das perguntas mais ouvidas recentemente no meio político é a seguinte: a se confirmar a mudança de comando no PSDB e a filiação e a candidatura do senador Roberto Rocha ao Governo do Estado, qual será a reação do prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva? E seus desdobramentos: vai permanecer no partido e incorporar o projeto de Rocha? Continuará tucano, mas com posição de neutralidade? Manter-se-á filiado ao partido, mas assumirá posição de dissidente apoiando o projeto de reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB)? Ou alçará voo do ninho em busca de um novo pouso partidário? Mergulhado na tarefa de impulsionar São José de Ribamar, tentando cumprir, numa maratona de penitente, as promessas de campanha, Luis Fernando Silva não emitiu, até aqui, sinais de que esteja interessado na agitação interna do PSDB. Passa a impressão de que, pelo menos por enquanto, não pretende envolver-se nessa guerra doméstica.
Quando ingressou no PSDB, depois da tremenda frustração que fora seu projeto de ser candidato a governador pelo PMDB em 2014, Luis Fernando Silva parece ter avaliado que teria um pouso partidário tranquilo e identificado com sua visão de centro e liberal da agremiação tucana, na qual pudesse permanecer por muito tempo. Naquele momento, o ninho dos tucanos lhe dava tal perspectiva e, mais do que isso, a possibilidade de montar ali um projeto macro, que lhe permitiria até disputar o Governo do Estado, depois, é claro, de governar São José de Ribamar mais uma vez. A oportunidade de voltar ao comando da Cidade do Padroeiro lhe foi dada por mais de 90% dos votos, e de uma maneira tão eloquente que não apareceu adversário para enfrentá-lo para valer nas urnas.
Numa sociedade em que os políticos se impõem aos partidos num grau de permissividade inacreditável, o PSDB viveu no Maranhão uma situação que dificilmente sobreviveria: uma aliança com PCdoB e o PT, algo cuja ruptura era apenas uma questão de tempo. Luis Fernando Silva elegeu-se e estava planejando seu futuro na condição de aliado do governador Flávio Dino. Com a reviravolta radical no comando e no rumo do PSDB, o prefeito de São José de Ribamar se vê na iminência de tornar-se adversário do governador, condição que além dos desdobramentos políticos, poderá criar sérias complicações também na seara administrativa, pois certamente criará embaraços desgastantes numa parceria que até agora vem dando certo.
Em meio à situação a ser criada no PSDB com a mudança de comando e a definição do senador Roberto Rocha como candidato a governador, um gesto do prefeito de São José de Ribamar indicará o seu rumo. Se ele permanecer no partido após o dia 7 de outubro, sinalizará que tentará conviver com a nova situação sem envolvimento direto na guerra eleitoral de 2018. Mas se, ao contrário, deixar o PSDB e assinar ficha de filiação em outra agremiação antes do dia 7 de outubro, estará informando que tem perspectiva de encarar as urnas no ano que vem. E aí virão indagações fatais: será candidato a deputado federal, a senador ou a governador?
Político de movimentos discretos, mas extremamente eficientes, o prefeito de São Jose de Ribamar se colocará bem em qualquer situação: é um dos quadros mais bem sucedidos da sua geração, ostenta o cacife de craque em gestão pública e tem nome leve como candidato a qualquer cargo eletivo. Em resumo: se ficar no PSDB e incorporar o projeto de Roberto Rocha, será peça fundamental e decisiva na campanha. Mas se resolver se desprender da Prefeitura e dar um salto mais alto, entrará na corrida com cacife para obrigar seus concorrentes a reverem suas estratégias.
FONTE: http://reportertempo.com.br/
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