Empresário revelou em biografia que estudou engenharia, mas não concluiu o curso
Alvo da Lava Jato e com mandado de prisão expedido pela Polícia Federal nesta quinta-feira (26), Eike Batista pode dividir cela com presos comuns, caso sua prisão seja realizada. É que o empresário não possui diploma de curso superior, conforme ele mesmo disse em sua autobiografia “O X da questão”.
“Estudei engenharia metalúrgica na Universidade de Aachen, na Alemanha. Rodei o mundo. Falo cinco idiomas. Sou engenheiro por formação, ainda que não tenha completado a graduação. Fui vendedor de seguros”, escreveu o ex-bilionário no livro que foi publicado em 2011.
De acordo com o jornal O Globo, a decisão sobre o presídio que Eike Batista será levado é da secretaria estadual de Administração Penitenciária. O empresário é suspeito de participar de esquemas de propinas no governo Sérgio Cabral. Ele é investigado pela Operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato.
PASSAPORTE ALEMÃO
A Polícia Federal informou que o empresário Eike Batista deixou o Brasil na terça-feira (24) com um passaporte alemão. Ele teria embarcado para Nova York no voo 974 da American Airlines. Apesar de já ter emitido um alerta para a Interpol, a PF aguarda um contato formal do empresário.
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Boa parte dos presos continua livre dentro de um pavilhão da unidade, em uma ala dominada pela facção PCC
A situação no presídio de Alcaçuz, região metropolitana de Natal, segue indefinida na tarde desta segunda-feira (16). Boa parte dos presos continua livre dentro de um pavilhão da unidade, em uma ala dominada pela facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
Um grupamento do Batalhão de Choque da Polícia Militar ocupa uma espécie de pátio que separa essa ala do PCC de outras duas comandadas pela facção criminosa Sindicato do Crime. O conflito entre os dois grupos durante uma rebelião no fim de semana deixou ao menos 26 mortos.
Nesses dois pavilhões, os presos não aparecem mais nos telhados, como no início da tarde. Segundo advogados e parentes de presos que aguardam do lado de fora, os detentos pertencentes ao PCC estão armados e pretendem invadir as outras duas áreas.
Há informações de que presos do Sindicato também têm armas, mas em menor quantidade. O governo do Rio Grande do Norte tenta negociar uma rendição pacífica.
Após as mortes do fim de semana, um novo motim foi registrado nesta segunda-feira. De acordo com o governo do Estado, há possibilidade de haver mais mortes relacionadas à rebelião e corpos estão sendo procurados nas fossas do presídio. Outros nove presos feridos estão hospitalizados.
MASSACRE EM ALCAÇUZ
A rebelião em Alcaçuz foi motivada por uma briga nos pavilhões 4 e 5 do presídio envolvendo as facções PCC e Sindicato do Crime. Segundo o governo, todos os mortos são ligados ao Sindicato do Crime. Houve uma invasão de um pavilhão por presos inimigos, o que deu início ao motim.
A matança é mais um capítulo da crise penitenciária no país: é o terceiro massacre em presídios em apenas 15 dias. No total, 134 detentos já foram assassinados somente neste ano, 36% do total do ano passado, quando 372 presos foram mortos.
O trabalho de identificação dos corpos começará nesta segunda e deve seguir por 30 dias, diz o governo -em Roraima, onde um motim deixou 33 mortos no dia 6, o governo demorou pouco mais de um dia para divulgar uma lista com os nomes de 31 vítimas. Dois dos presos mortos no Rio Grande do Norte foram carbonizados e todos os outros foram decapitados.
Segundo o diretor do Itep (Instituto Técnico Científico de Perícia), Marcos Brandão, não há marcas aparentes de perfuração por balas nos corpos, apenas por instrumentos cortantes -ainda é preciso fazer necropsia nos corpos para identificar as causas de morte. Agentes encontraram dentro do presídio uma pistola caseira, de um cano feita manualmente, e granadas não letais, que não foram usadas, segundo o governo.
MORTES EM PRESÍDIOS
Com mais essas 26 mortes, o número de assassinatos em presídios pelo país chega a 134 casos nas primeiras duas semanas do ano. As mortes já equivalem a mais de 36% do total registrado em todo ano passado. Em 2016, foram ao menos 372 assassinatos -média de uma morte a cada dia nas penitenciárias do país. O Estado do Amazonas lidera o número de mortes em presídios com 67 assassinatos, seguido por Roraima (33).
No dia 1° de janeiro, um massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) deixou deixa 56 mortos em Manaus (AM), após motim que durou 17 horas. No dia seguinte, mais quatro detentos morrem na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP), também em Manaus.
Seis dias depois, uma rebelião na cadeia de Raimundo Vidal Pessoa deixou quatro mortos. Logo em seguida, três corpos foram encontrados em mata ao lado do Compaj. Com isso, subiu para 67 o total de presos mortos no Amazonas.
No dia 4 de janeiro, dois presos são mortos em rebelião na Penitenciária Romero Nóbrega, em Patos, no Sertão da Paraíba. Dois dias depois, 33 presos são mortos na maior prisão de Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista.
Na tarde de quinta (12), dois detentos foram mortos na Casa de Custódia, conhecida como Cadeião, em Maceió (AL). O presídio, destinado a abrigar presos provisórios, fica dentro do Complexo Penitenciário, em Maceió (AL). Jonathan Marques Tavares e Alexsandro Neves Breno estavam nos módulos 1 e 2 da cadeia, respectivamente.
No mesmo dia, dois presos foram mortos em São Paulo, na Penitenciária de Tupi Paulista (a 561 km da capital paulista). A Secretaria da Administração Penitenciária informou que eles morreram durante uma briga em uma das celas.
Neste domingo (15), uma fuga na Penitenciária Estadual de Piraquara, no Paraná, deixou dois mortos. Um grupo explodiu, pelo lado de fora, um muro da penitenciária, que concentra membros da facção PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo agentes penitenciários.
Há separação entre presos de facções criminosas entre os pavilhões
Detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, o maior presídio do Rio Grande do Norte, começaram uma rebelião na tarde deste sábado (14). A assessoria do Governo do RN já confirmou ao menos 10 mortos no local.
De acordo com o coordenador da administração penitenciária, Zemilton Silva, a rebelião é de “grandes proporções”, informou o G1.
“Deu pra ver as cabeças arrancadas”, afirmou Zemilton Silva, coordenador de administração penitenciária do Rio Grande do Norte.
De acordo com a publicação, houve invasão de presos do pavilhão 3 e 5 no pavilhão 4. Há separação entre presos de facções criminosas entre esses pavilhões.
A repórter Michelle Rincon, da Inter TV Cabugi, informou que há fumaça dentro do pavilhão, além de barulho de tiros e quebra-quebra.
Situação está sob controle”, diz informe da Secretaria de Justiça e Cidadania. Bope e PM estão no local
Pelo menos 33 detentos foram encontrados mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a maior de Roraima, nesta sexta-feira (6). A informação foi dada pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc).
A Polícia Militar (PM) e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) estão no local neste momento. A situação está sob controle na penitenciária, conforme nota da secretaria.
Até o momento, o governo só informou as mortes e não maiores detalhes.
Confira o informe na íntegra, publicada pelo G1:
“A Secretaria de Justiça e Cidadania informa que nesta madrugada (dia 6) foram registradas 33 mortes na Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo).Esclarece que a situação está sob controle e que o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PMRR (Polícia Militar) está nas alas do referido presídio”.
Comunicação. Familiares tentam obter informações sobre presos por meio de bilhetinhos para agentes penitenciários
Trinta e nove corpos haviam sido identificados nesta terça-feira; mutilações dificultam trabalho
MANAUS – A doméstica Leila Silva, de 40 anos, bate com força na porta verde que mostra em letras garrafais a identificação do maior presídio do Estado do Amazonas: Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), com mais de 1,2 mil detentos. Era ao menos a décima vez que um funcionário vestindo a farda da empresa Umanizarre, terceirizada que presta serviço na unidade, abria uma portinhola da qual não se permitia ver mais do que os olhos e a boca. Resmungando, foi ele quem pegou o bilhete escrito por Leila com o nome completo de Paulo Henrique. Ela queria saber se o marido estava vivo, e entregou tremendo o pedaço de papel.
Ao menos oito pessoas foram ao local, acessado por meio da rodovia BR-174 e uma estrada sinuosa, e fizeram o mesmo procedimento em busca de informações de familiares e amigos em um intervalo menor que duas horas na manhã desta terça-feira, 3. A movimentação de viaturas e carros oficiais era intensa. Quarenta e oito horas depois de iniciada a rebelião na cadeia que mataria na madrugada de segunda 56 pessoas ainda não havia uma lista divulgada publicamente com os nomes dos que morreram e tiveram os corpos dilacerados durante o motim no local. O número recorde de mortos pareceu, por algumas horas, bem maior para as famílias que, sem notícia, chegaram a imaginar a vida sem um pai, marido ou filho.
O que ajuda a explicar a demora, contaram os peritos, é que nem sequer uma das vítimas foram poupadas de perderem alguma parte do corpo. Os relativamente menos afetados perderam um membro, os mais, foram esquartejados, com os órgãos retirados e acabaram até carbonizados; uma cena de terror que chocou até os legistas acostumados a lidarem com crimes violentos na cidade. Funcionários estimaram que ao menos 80% tenham sido decapitados. Na cidade, as imagens sangrentas se espalharam pelos celulares com rapidez e dominaram as conversas cotidianas.
Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO
Necropsia. 80% dos mortos no massacre foram decapitados
Parentes de presos em Manaus se dividem entre prisão e o IML
Necropsia. 80% dos mortos no massacre foram decapitados
O primeiro a chegar ao Compaj na manhã desta terça havia sido o pescador aposentado João Feitosa, de 72 anos, em busca da confirmação da presença do enteado no local. A mãe do preso, conta, passou mal quando viu a notícia do crime na televisão e, doente, não sossegou enquanto Feitosa não pegou um mototáxi para ir até o local. A descrição das decapitações ainda o assustava, mesmo com o agente penitenciário reiterando para ele que o pavilhão do seu enteado não havia sido afetado pela briga e ele tinha confirmado havia pouco que o jovem estava de fato dentro da cela.
A 22 quilômetros dali, a angústia se repetia em doses mais visíveis de descaso. O Instituto Médico Legal (IML) fechou suas duas entradas e funcionários se comunicavam em intervalos de 15 em 15 minutos com as pessoas que se aglomeravam sob um sol que fez os termômetros superar os 30ºC nesta terça. Sem nenhuma assistência, as poucas informações se confundiam em uma espécie de telefone sem fio que fez, por exemplo, o agente de disciplina Octalis Paiva Pacheco, de 42 anos, ficar buscando notícias do seu enteado, preso no Instituto Antônio Trindade (Ipat), onde não se registrou nenhuma morte. “Estamos esperando para ter certeza. Não veio nenhuma lista”, disse se protegendo do sol em uma das poucas sombras das proximidades.
O tratamento era igual para quem já tinha a certeza de que o parente estava morto. A operadora de caixa Caroline Marinho de Lira, de 22 anos, foi a primeira a chegar ao IML na manhã desta terça. Esperava em um banquinho próximo à portaria, até que teve de deixar o local e ser colocada para fora enquanto não vinha uma orientação de outra natureza do órgão. A confirmação para ela havia chegado antes via Whatsapp, quando se deparou com fotos do corpo do irmão Linekin Marinho de Lira, de 24 anos. Há um ano no Compaj, Lira havia confidenciado a familiares a iminência da briga. “Ele falou que depois do Natal isso ia acontecer”, lamentou Caroline. Às 13h, ela tentava se proteger do sol com a mão sentada em um banquinho de plástico, agora na calçada do instituto.
A espera foi demais para a cozinheira Ana Regina da Silva, de 47 anos, que queria saber onde estava o filho Igor Andrei Silva, de 24 anos. Desde domingo ela se dividiu em tentar informações indo ao presídio e ao IML de formas consecutivas. Na tarde desta terça, ela estourou e tentou iniciar um protesto para fechar a Avenida Noel Nutels, onde fica o instituto, como forma de chamar a atenção. A iniciativa conquistou a adesão de três pessoas; as demais permaneceram coladas na grade tentando ouvir a fala baixa de uma funcionária que tentava explicar algo.
O que a funcionária buscava era a cessão de fotos e informações que começassem a fornecer uma pista de identificação para alguns dos mortos, como tatuagens. Quem tinha fotografia, podia se aproximar da grade e fornecer o nome do parente. Não era certo de que haveria qualquer tipo de retorno. O canoeiro Francirlei Gomes da Silva buscava ao meio-dia saber se o irmão Fabiano Gomes da Silva havia sido uma das vítimas. Foi embora sem conseguir.
Às 16 horas, duas tendas começaram a ser instaladas na proximidade do acesso da grade que concentrava o contato dos profissionais com os interessados. A única assistência de ordem psicológica foi de um pastor que, entoando cânticos religiosos, tentou reunir uma grande roda para afastar as dores da angústia, como repetia gritando consequentemente. Fez isso por cinco minutos e depois sumiu. Uma lista com sete confirmações foi o primeiro alento para os que ainda persistiam nas imediações do instituto no fim da tarde. O Instituto prometeu depois montar salas para atender os familiares, além de criar um grupo de Whatsapp para divulgar as informações consolidadas.
Mais cedo, ainda na porta do Compaj com um capacete no braço e o celular no ouvido, o comerciário Nilton Lemos, de 57 anos, esboçava um sorriso enquanto falava ao telefone repetindo “graças a Deus”. Nunca havia ficado tão feliz em saber que o sobrinho estava, vivo, atrás das grades e dava a boa notícia também para um amigo que procurava o filho. Colada à portinhola verde, minutos depois de Lemos, Leila também atribuía a uma intercessão divina a sobrevida do marido. Cobriu o rosto chorando e rapidamente encerrou sua angústia. Enquanto abriu o acesso ao presídio para receber uma entrega de cadeados trazidos por um motoboy, o mesmo funcionário do Compaj recebeu, de duas mulheres, mais dois bilhetinhos brancos com nomes de detentos.
Uma é filha e a outra é sobrinha dos acusados e ambas eram abusadas desde dos 10 anos.
A Policia Civil junto com a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher prenderam dois homens acusados de estuprar e engravidar duas menores de idade, na cidade de Tangará da Serra (MT).
Ambos os acusados são pai e tio das vítimas, que foram identificados como as inicias A.F.S., que é o pai e o tio com as inicias, W. E. A. M.. As vítimas dos abusos têm 12 anos.
De acordo com informações repassadas pela polícia, o pai de uma das vítimas foi preso na manhã de terça-feira (20), e o outro acusado foi preso na quinta-feira (22).
Conforme relata a polícia, a vítima era violentada pelo pai desde os 10 anos. Devido aos abusos, a mesma ficou grávida do acusado.
Na sexta-feira (16), a mãe da menina foi até a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência contra seu esposo. A mulher só descobriu que a sua filha estava sendo violentada sexualmente pelo companheiro, depois que a menstruação da vítima atrasou, e, ao fazer um exame, descobriu que ela estava grávida.
Segundo a mãe da jovem, a mesma pensou que a filha estava grávida de algum namorado, mas ao questioná-la, a mesma relatou que estava sendo abusada pelo pai.
Segundo a vítima, os abusos eram frequentes e sempre nos momentos em que ficava só com o acusado na cama onde ele dormia com a sua mãe. Conforme relata a delegada Liliane Diogo, o suspeito já foi preso e responde pelo mesmo crime cometido a sua enteada que é irmã da vítima por parte de mãe.
Já o outro acusado que é tio da vítima, foi preso por violentar sexualmente a sobrinha desde que a mesma tinha 10 anos. No depoimento da vítima, ela disse que, em 2014, o acusado passou a morar na casa da famíloa, e, no mesmo ano, começou os abusos, primeiramente com beijos e abraços até a conjunção carnal.
Segundo ela, a partir dos 11 anos, a mesma começou a ter relações sexuais diariamente com o acusado, em troca de promessas de roupas, celulares, até mesmo de casamento.
Segundo o Creas, os abusos aconteceram até o dia 17 de agosto de 2016, quando foi descoberta a gravidez da vítima. No entanto, no mesmo dia, o suspeito fugiu da casa da menor tomando rumo até então ignorado.
Porém, a polícia ficou sabendo que o mesmo estava morando com a sua ex-esposa, na cidade de Barra do Bugres. Diante da situação, os policiais se deslocaram até a casa do acusado, e, já na residência, ele foi preso e encaminhado para a delegacia. Os dois casos serão encaminhados para o Fórum da cidade.