O poeta maranhense, de Caxias,
Por: Alberto Pessoa e Marcos Monteiro – Jornalistas
Homem de origem humilde, possuidor de inteligência notável, José Salgado Santos ou Salgado Maranhão, nasceu em Caxias–MA. Em virtude de seu desempenho cultural/literária ganhou o mundo com sua poesia transformadora e chega a Academia Maranhense de Letras como forma de reconhecimento de seu povo pela contribuição emprestada às letras e à arte, com obras traduzidas em diversos idiomas, títulos de Doutor Honoris Causa por Academias Educacionais e prêmios diversos como o Jabuti (duas vezes), Pen Clube e o da Academia Brasileira de Letras.
Como bem escreveu o seu conterrâneo, outro ilustre escritor caxiense Edmilson Sanches:
– Não é somente do pó da terra, bíblico, que se faz um homem. Um homem também é feito — humanamente — de pó de palavras.
O pronunciamento de Salgado Maranhão como novo membro da Academia Maranhense de Letras (AML) e o discurso de recepção do acadêmico Félix Alberto Gomes Lima esculpiram o “corpus” (corpo), o “locus” (lugar) e o “opus” (a obra) do escritor e compositor nascido, na observação salgadiana, em “um mundo sem qualquer amparo do Poder Público”, o povoado Canabrava das Moças, no interior de Caxias.
A mãe, Dona Raimunda, “camponesa que amava Latim”, foi presença viva e vívida, ressurrecta pelo filho que, com palavras mágicas, encantadoras, realistas, paria de dentro de si a figura materna e a mostrava audivelmente para plateia atenta e silente. À maneira de outro poeta, Drummond, Dona Raimunda, naquela parte do “vasto mundo” caxiense, tinha igualmente “vasto” o “coração”, que fazia “rima” e trazia alguma “solução”: por exemplo “costurava esfaqueados com agulha de exímia costureira” — como lembrou Salgado Maranhão, cerzindo também habilmente o tecido de imagens de sua infância.
A cidade natal, Caxias, esteve presente em paisagens e personagens. Félix Alberto Lima, recebendo o novo Colega, também deu corpo verbal a um familiar, o irmão Antônio Carlos Lima, jornalista e escritor, ocupante anterior da Cadeira 7, que em outubro de 2023 fora levado pela “indesejada das gentes”, como em 1930 o poeta Manuel Bandeira denominou a morte. Carregado de emoções, o fraterno irmão Félix Alberto, exercitou um tocante “stop and go”, parando um pouco e indo adiante quando lhe vinham mais eloquentes as referências a Antônio Carlos, de tão precoce partida.
Os 40 minutos de cada discurso naquele 22 de novembro de 2024 foram tempos onde vidas, emoções, famílias, amizades, a Poesia, a Literatura, a Música, tudo foi muito plural. Para um começo de fim de semana, uma boa, ótima, excelente noite de Vida e Humanidade – disse Edmilson Sanches.
Ainda de Caxias o Blog Repasse Informativo, em entrevista exclusiva, falou com Salgado Maranhão, que assumiu uma cadeira na maior instituição literária do estado, a Academia Maranhense de Letras, momento esse prestigiado pelo ex-presidente José Sarney, pelo atual ministro do STF, Flávio Dino, dentre outras grandes personalidades.
Confira em detalhes da entrevista, destacando a grande relevância de sua participação na Academia Maranhense de Letras, e outras grandes conquista.
R I – Hoje estamos aqui para entrevistar um dos maiores e melhores escritores do estado do Maranhão, e por que não dizer do Brasil, o imortal Salgado Maranhão. E nossa primeira pergunta é, qual o significado de receber um prêmio tão importante almejado por qualquer escritor de grande notoriedade, e como foi ser escolhido pela academia Maranhense de letras, onde já tem vários imortais na academia?
SM- Ser eleito para a copa Academia Maranhense de Letras, esta respeitável instituição centenária, é uma grande honra para qualquer escritor maranhense. Para mim, particularmente, que moro fora do Maranhão há tantos anos, representa um acolhimento dos notáveis da minha terra, um pertencimento valoroso à elite intelectual do meu estado.
R I – Um convite desse é o reconhecimento de sua obra como, escritor, compositor, poeta e artista, conhecido no mundo inteiro?
SM – Sim, é o reconhecimento da elite pensante do meu estado às minhas conquistas e vitórias no Brasil e no exterior e, mais, um gesto de carinho que é quase uma gratidão de todos por eu ser quem sou.
R I – Você participou de eventos grandiosos na Região dos Cocais como a Flict de Caxias, no qual você foi homenageado em 2023, qual a sua avaliação?
SM- Verdade, eu participei da FLICT 2023 e tenho muito orgulho de ter sido homenageado por esse evento literário tão importante para nossa cidade e que cresce cada vez mais a cada edição. É por demais honroso ser escolhido pelo meu estado, porém, é maravilhosamente afetivo, ser acolhido pela minha cidade natal, Caxias, eu que nasci debaixo das palmeiras de babaçu.
RI-Defina o escritor Salgado Maranhão?
SM – Sou uma pessoa simples (não simplória), de fácil convivência, dedicada ao que faz, que gosta de gostar e não esquece jamais de onde veio. E não só, uma pessoa que ama a sua origem.
VEJA O VÍDEO E AS FOTOS
(Obs: Imagens e vídeos cedidos pelo próprio Salgado Maranhão de seu arquivo pessoal)
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