Estudante afirma que vem sofrendo perseguição da Universidade, por liderar denúncia contra professor por assédio sexual.
Jamile se acorrentou na porta de uma sala do prédio Paulo Freire, na UFMA. (Foto: Reprodução)
A estudante Jamile Mondego, aluna do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), se acorrentou no prédio do Paulo Freire, em frente à sala do curso, em protesto à uma perseguição que está sofrendo do Centro Acadêmico e Coordenação do curso de Estudos Africanos.
O motivo, segundo a jovem, é ela ter estado à frente da denúncia de assédio sexual cometido pelo professor Richard Pinto contra alunas do curso. A denúncia veio à tona em abril e as mulheres assediadas venceram o processo civil e administrativo contra o professor.
De acordo com Jamile, ela está sendo vítima de assédio moral por ter ajudado cinco mulheres do mesmo curso, que teriam sido vítimas de assédio sexual. O suspeito é um professor que foi afastado depois das denúncias, em 2019.
Conheça o caso
Em reunião de colegiado do curso, ocorrido em 20 de abril passado, a aluna por ter sido coordenadora do centro acadêmico entre o período 2018-2020 pede esclarecimento sobre a acusação feita pelo presidente do centro acadêmico, Leonardo dos Santos, pelo sumiço de um computador na sala do Centro Acadêmico.
Segundo a denúncia, durante a reunião, um funcionário chamou a aluna de palhaça e a retirou da reunião que estava acontecendo virtualmente. Após alguns dias, Jamile recebeu uma intimação para responder um processo de acusação da secretária do curso que redigiu a ata do colegiado do dia 22 de abril de 2022.
“Eu só vou sair daqui quando essas coisas forem resolvidas. Eu estou desde o dia 20 de abril implorando, dialogando para resolver isso de uma outra forma. Infelizmente eu não tinha mais o que fazer e só depois de eu chegar até aqui estão tentando agora a convocação de uma reunião extraordinária. Me solicitaram que eu saísse daqui. Eu não tenho como confiar, eu preciso que isso seja resolvido. Eu só queria me formar. Depois de quase 5 anos de curso eu não queria estar aqui. Eu não fiz nada demais contra ninguém, eu só ajudei”, disse a estudante.
Alunas da UFMA fixaram cartaz chamando a atenção para caso de assédio na Universidade. (Foto: Reprodução)
“Jamile é uma pessoa que sempre tentou ajudar a todos, mas agora está sendo acusada de furtar um aparelho da sala de computadores do Curso. Ela não tem a necessidade de fazer isso. Eu, como aluno do Curso, amigo de Jamile Mondego, venho dizer que isso é insustentável, que ela não merece passar por esse constrangimento. Se há algo contra Jamile, que os acusadores provem”, disse o estudante Antonio Fernando Sodré Júnior.
Providências
A aluna requer e solicita a convocação de uma reunião extraordinária ao colegiado do LIESAFRO sobre a ata da referida reunião, e pede explicações para o presidente do centro acadêmico Leonardo dos Santos a respeito do registro patrimonial do computador que está na acusação.
Em resposta a O Imparcial, a Universidade Federal do Maranhão disse que “já tomou as medidas cabíveis para normalizar a situação da aluna Jamile Mondego, do curso de estudos africanos e está acompanhando os fatos”.
Com Informações: https://oimparcial.com.br
Categoria: Notícias