Governo comunista faz a recomendação mesmo com pequeno número de casos oficiais
Rua em cidade da China | Foto: Joshua Fernandez on Unsplash
A ditadura da China pediu aos cidadãos que estoquem suprimentos de necessidades diárias e que as autoridades tomem medidas para garantir o abastecimento adequado de alimentos, à medida que o país adota normas cada vez mais rígidas para conter um surto de covid-19.
O apelo ocorre apesar dos números oficiais de infectados, que são controlados por Pequim, estarem baixos. Na segunda-feira 1º, por exemplo, o país asiático comunicou 92 novos casos, o que, mesmo muito menor que outros países, representa o maior patamar desde meados de setembro, registra reportagem do portal alemão Deutsche Welle.
Um aviso publicado no site do Ministério do Comércio na noite desta segunda-feira pediu que as famílias armazenem “uma certa quantidade de produtos de necessidade diária conforme preciso para atender a vida cotidiana e emergências”.
O órgão governamental não faz menção a uma possível escassez de alimentos ou se as instruções são motivadas por temores de que as medidas contra a covid-19 possam interromper as cadeias de abastecimento ou levar cidadãos em lockdown a enfrentar falta de alimentos.
Além do surto de covid-19, o pedido do governo chinês também ocorre em meio a um aumento no preço dos vegetais causado por fortes chuvas no país. A medida ainda gerou temores nas redes sociais locais de que poderia ter sido desencadeada pelas tensões elevadas com Taiwan.
Corrida por alimentos
Em postagens, usuários também relataram que, após o anúncio do governo, chineses correram para estocar arroz, óleo de cozinha e sal. “Assim que a notícia saiu, todos os idosos perto de mim enlouqueceram comprando no supermercado”, escreveu um perfil na rede social chinesa Weibo, semelhante ao Twitter.
Segundo o Deutsche Welle, a imprensa local ainda chegou a publicar listas de bens recomendados para estocar em casa, incluindo biscoitos, macarrão instantâneo, vitaminas e lanternas.
A resposta do público levou a imprensa estatal a tentar acalmar os ânimos nesta terça-feira. O jornal Economic Daily, apoiado pelo Partido Comunista da China, disse aos leitores para evitarem ter “uma imaginação hiperativa” e afirmou que o objetivo da diretiva do governo era garantir que os cidadãos não fossem pegos de surpresa se houvesse um lockdown em sua região.
Disneylândia de Xangai
Um exemplo das medidas extremas tomadas foi o fechamento temporário da Disneylândia de Xangai neste domingo, 2, devido a um único caso de coronavírus. O parque temático também impediu que visitantes e funcionários saíssem até serem submetidos ao teste de covid. Como resultado, mais de 38 mil pessoas foram testadas.
O lugar fechou depois que uma mulher que visitou o parque no sábado testou positivo ao voltar para casa em uma província vizinha, segundo a mídia estatal. A Disneylândia informou que permanecerá fechada “por pelo menos dois dias, para seguir as exigências de prevenção e controle da pandemia”, sem confirmar o dia da reabertura.
Com Informações: https://revistaoeste.com