Caxias deveria fazer festa.
Foto: Rodrigo Otávio Baima Pereira.
Por Edmilson Sanches*
Há 91 anos, em 12 de setembro de 1928, nascia Rodrigo Otávio Baima Pereira.
São 91 anos de um ser humano de memória e amor extraordinários quando o assunto é a cidade de Caxias — também minha terra natal.
Sem ofensa a ninguém, Rodrigo Baima é daquele grupo dos mais caxienses dos caxienses.
Sempre portando uma pasta debaixo do braço, com documentos e informações sobre Caxias, mas, mais ainda, com mais informações na sua grande memória, Rodrigo Baima já chegou a ser chamado de “museu vivo de Caxias” — evidentemente, pelo enorme acervo de dados, pelo conhecimento vivido e, também, pelo compartilhamento, com humildade, de seus saberes com os mais novos, estudantes, pesquisadores, escritores.
Rodrigo Baima é desses que merecem as melhores honrarias em vida.
A Academia Caxiense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico de Caxias já têm a honra de tê-lo em seus quadros de membros efetivos; é, portanto, meu confrade nessas duas Casas de Cultura.
No Ensino Médio, no Colégio São José, em Caxias, tive como colega de turma um dos filhos do Rodrigo, o Paulo Augusto, que faleceu em 2013. Seu Rodrigo, homem da História, certamente não previa nem queria vivenciar ou escrever este capítulo em sua vida… São assim os pais: não querem enterrar os próprios filhos…
Lembro, por outro lado, uma passagem bem-humorada do seu Rodrigo Baima, na sede do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias. Com jeito sério, ele comunica em meio a uma conversa em um pequeno grupo : ” — Vamos ajudar o Edmilson Sanches a ganhar a prefeitura de Imperatriz; aí, ele devolve Imperatriz para Caxias…”
Claro, era só uma lembrança do processo histórico e geográfico de autonomia de municípios que tiveram como matriz, como origem, o ainda hoje grande — mas, evidentemente, não mais tão extenso — território caxiense, de onde Imperatriz saiu e se tornou o segundo mais rico de todo o Maranhão. (Primeiro, ocorreu a autonomia de Pastos Bons, que era vila de Caxias; depois, de Pastos Bons saiu Grajaú; e, finalmente, de Grajaú saiu Imperatriz, segundo um documento de genealogia de cidades, do IBGE).
Pelos saudáveis e lúcidos 91 anos de vida e de defesa dos mais nobres valores caxienses, receba, Rodrigo, os parabéns de todos que — talvez não tanto quanto você — aprenderam a amar com orgulho a terra que nos viu nascer.
* EDMILSON SANCHES, membro da ACL e do IHGC
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