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Texto: Alberto Pessoa
Cantada em verso e prosa
Por Gonzaga, Gonçalves Dias
Bonita rebelde, formosa
A nobre Princesa Caxias
Nome que vem de uma flor
A flor do nascer do dia
Que se transformou em amor.
Época da independência:
A Vila mais importante
Desta província maranhense
Conquistou ricos comerciantes
Agricultores e viajantes
Também rumaram pra cá
Para na terra fértil plantar.
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Final do século retrasado
Produzia-se tanto algodão
Que abastecia todo o País
Com o tecido do Maranhão
Fábrica gerando emprego
Concorrendo com São Luiz
O povo era até meio feliz.
Aqui era forte o comércio
“Tempo bom, áureo, confesso”
Mas com a crise veio a falência
Do parque têxtil, o produtor
No final da Segunda Guerra
A tecelagem aqui parou
Uma nova era então começou.
Caxias que era Aldeias Altas
Foi logo se modificando
E as partes de suas matas
Do lado direito do rio
Para outros foram ficando
No curso deste desafio
E a história foi passando.
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No aglomerado de aldeias
Timbiras ,Gaunarés, Gamelas
Felicidade e muito mais…
Resistiam, se defendiam
Mas, os portugueses malvados
Muitos ainda lhes perseguiam
Mas pelos padres perdoados.
O fazendeiro foi chegando
E a Taba se desfazendo
E o gado foi penetrando
E os índios foram morrendo
Foi formada a corruptela
O homem Jesuíta preferiu
A margem esquerda do rio.
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Para fundar a Trezidela
Com o nome de Nazaré
Fizeram a primeira Igreja
Para o povo era um sonho
Para o índio fortaleza
Timbira e Gamela ensejam
Na margem direita morar.
Mas os Jesuítas unificaram:
São José das Aldeias Altas
Outubro década de onze
O povoado vira a Vila
Mas somente no ano seguinte
Comunidade foi ouvida
E a área promovida.
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Mas foi em cinco de julho
Daquele ano de trinta seis
Virou cidade de vez
Após águas limpas de junho
Entre Teresina e São Luiz
A cidade se tornou matriz
Um Pólo de desenvolvimento.
E uma força de pensamento
Polarizava essa região
E chegou a produzir
Muito arroz e algodão
Que eram exportados daqui
Em mil oitocentos e cinquenta
O quente comércio aqui fluía.
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E a cidade já contava
Com a sua enorme freguesia
Muitas boutiques e comércios
Muitos gêneros se vendiam
Escola pública, particular
Teatro, e Bandas pra tocar
Porto das Pedras fluindo.
Barcos a vapor, Itapecuru
Chegando, trazendo, levando
Do norte, do oeste e do sul…
Mas depois a ferroviária
Veio mesmo para reforçar
Fazendo transporte da alegria
Com as riquezas para levar.
Com o progresso que se fez
A Quinta do Marques do Pombal
Deu o seu nome inicial
E finalmente por decisão
Pois o topônimo existia
Passou a se chamar Caxias
A flor Princesa do Sertão.
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Porém a história não para
Segue com muito fervor
Entre guerra, sangue e amor
É ferida que nunca sara
Mas a Guerra da Balaiada
E foi no morro das Tabocas.
Que a batalha se acirrou.
Hoje, Morro do Alecrim
Lugar onde canhões falavam
Ecos de dor, sangue sem fim
Em meio à busca do ideal
Homens com arma lutavam
Fazendo o bem ou o mal
Os inocentes choravam.
Foi ainda naquele século
Trinta e oito a quarenta e um
Luis Alves de Lima e Silva
Calou o balaio revoltado
E por esse feito recebeu
Barão, Marques, honrarias
E depois Duque de Caxias.
Pela luta que empreendeu
Derrotou na guerra fria
Mas o Ideal do Balaio
Visto em flores de maio
Ainda vive hoje em dia
No valente Raimundo Gomes
E seu companheiro Francisco.
São estes grandes nomes
Pois nenhum deles foi omisso
Mas a revolta se espalhou
Pelo interior do estado
Com dez mil homens armados
Importantes locais conquistaram
Numa guerra triste, desgraçada.
Com muito sangue derramado
Mentes frias, desalmadas
O povo ordeiro de Caxias
Tem marcas das rebeldias
Age assim com inteligência
Relutou pra se render
Último na Independência.
Veio então o valente Fidié
Pra combater revoltosos
Armou o morro das tabocas
Mas na primeira tentativa
Não conseguiu vencer
Porém fez nova investida
Mesmo com o risco de morrer.
No dia vinte e três de maio
De mil oitocentos e vinte três
Portugueses e brasileiros
Travaram luta mais uma vez
Figueira venceu seu oposto
A independência se fez
No dia primeiro de Agosto.
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Após sangue derramado
Muitas vidas dizimadas
E o coração desalmado
Pra tantos amores perdidos
Mas sitiantes e sitiados
Chegam finalmente ao acordo
Nascia uma nova Caxias.
Pela causa do Imperador
E pela vontade de todos
Independência e união
Para o povo viver feliz
Foi assim pregado na Matriz
Sob a tutela de Deus
No estado do Maranhão.
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Para o progresso da Nação
Segundo nossos historiadores
Dois nomes são os destaques
Naquela máquina de lutar
São dois homens de glória
Era um civil e um militar
Que marcaram sua história.
João da Costa Alecrim
Que tinha coragem sem fim
E lutou pelo popular
Venceu a causa por amar
Tem seu nome nas escritas
Nas muitas linhas escritas
Que nunca vai se apagar.
O major Salvador Cardoso
Também foi grande mediador
Para a cega guerra virar paz
Para o ódio virar amor
A tempestade então passou
Nova esperança surgiu
Na independência do Brasil.
Também com longa agonia
E com a sua eterna alegria
Seus poetas, suas musas
Suas histórias confusas
Mas não me foge sua beleza
Nas águas turvas da Veneza
Nas marginais do destino.
E nas lembranças de menino
Henrique Coelho Neto
Antônio Gonçalves Dias
Eterno Vespasiano Ramos
Nossa maravilhosa poesia
Antiga fábrica de tecido
Que teceu o amor um dia.
Nos anos que se passaram
Sua majestade foi o refrão
De amantes que te amaram
De todo o seu coração
E que foi antes de ter sido
E guardou amor sem fim
Minha Princesinha do Sertão.
Brasília -DF
(Segundo alguns, o nome Caxias foi dado ao Município, em razão da
existência em Portugal de uma freguesia com idêntica denominação,
costume muito comum aos lusitanos da época
Veja mais fotos de Caxias ontem e hoje…
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