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Notícias do Maranhão: A Trajetória de José Sarney, o mais Longevo Oligarca brasileiro.

Por: Marco Antonio Villa

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Foto Ilustrativa capturada da internet

 

O Nome

 

José Ribamar Ferreira de Araújo Costa é a mais perfeita tradução do oligarca brasileiro. Começou jovem na política, conduzido pelo pai. Aos 35 anos, resolveu mudar de nome. Foi rebatizado por desejo próprio. Alterou tudo: até o sobrenome. Virou, da noite para o dia, José Sarnei Costa. O Costa logo foi esquecido e o Sarnei, já nos anos 1980, ganhou um “y” no lugar do “i”. Dava um ar de certa nobreza.

 

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A República

 

Na história republicana, não há personagem que se aproxime do seu perfil. Muitos tiveram poder. Pinheiro Machado, na Primeira República, foi considerado o fazedor de presidentes. Contudo, tinha restrita influência na política do seu estado, o Rio Grande do Sul. E não teve na administração federal ministros da sua cota pessoal. Durante o populismo, as grandes lideranças lutavam para deter o Poder Executivo. Os mais conhecidos (Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Leonel Brizola, entre outros) mesmo quando eleitos para o Congresso Nacional, pouco se interessavam pela rotina legislativa. Assim como não exigiram ministérios nem a nomeação de parentes e apaniguados.

 

Apoio à Ditadura

 

 

Mas com José Ribamar Costa, hoje conhecido como José Sarney, tudo foi muito diferente. Usou o poder central para apresar o “seu” Maranhão. Apoiou o golpe de 1964, mesmo demonstrando simpatia para com Jango Goulart. Em 1965, foi eleito governador e em 1970 escolhido senador. Durante o regime militar, priorizou seus interesses paroquiais. Nunca se manifestou contra as graves violações aos direitos humanos, assim como sobre a implacável censura. Foi um senador “do sim”. Obediente, servil. Presidiu o PDS e lutou contra as diretas já. No dia seguinte à derrota da Emenda Dante de Oliveira, enviou telegrama de felicitações ao deputado Paulo Maluf – que articulava sua candidatura à sucessão do general Figueiredo – saudando o fracasso do restabelecimento das eleições diretas para presidente. Meses depois, foi imposto pela Frente Liberal como candidato a vice-presidente na chapa da Aliança Democrática. Tancredo Neves recebeu com desagrado a indicação. Lembrava que, em 1983, em fevereiro, quando se despediu do Senado para assumir o governo de Minas Gerais, no pronunciamento que fez naquela Casa, o único senador que o criticou foi justamente Ribamar Costa. Mas teve de engolir a imposição pois sem os votos dos dissidentes não teria condições de vencer no Colégio Eleitoral.

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O Poder Total

 

Em abril de 1985, o destino pregou mais uma das suas peças: Tancredo morreu. A Presidência caiu no colo de Ribamar Costa. Foram cinco longos anos. Conduziu pessimamente a transição. Teve medo de enfrentar as mazelas do regime militar – também pudera: era parte daquele passado. Rompeu o acordo de permanecer quatro anos na Presidência. Coagiu – com a entrega de centenas de concessões de emissoras de rádio e televisão – os constituintes para obter mais um ano de mandato. Implantou três planos de estabilização: todos fracassados. Desorganizou a economia do país. Entregou o governo com uma inflação em março de 1990 de 84%. Em 1989, a inflação anual foi de 1.782%. Isso mesmo: 1.782%!

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A Queda

 

A impopularidade do presidente tinha alcançado tal patamar, que nenhum dos candidatos na eleição de 1989 – e foram 22 – quis ter o seu apoio. O esporte nacional era atacar Ribamar Costa. Temendo eventuais processos, buscou a imunidade parlamentar. Candidatou-se ao Senado. Mas tinha um problema: pelo Maranhão dificilmente seria eleito. Acabou escolhendo um estado recém-criado: o Amapá. Lá eram três vagas em jogo – no Maranhão era somente uma. Não tinha qualquer ligação com o novo estado. Era puro oportunismo. Rasgou a lei que determina que o representante estadual no Senado tenha residência no estado. Todo mundo sabe que morava em São Luís, e não em Macapá. E dá para contar nos dedos suas visitas ao estado que “representou” por 24 anos

 

O Fênix

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Espertamente, em 2002, estabeleceu estreita aliança com Lula. Nunca teve tanto poder. Passou a mandar mais do que na época em que foi presidente. Chegou até a anular a eleição do seu adversário (Jackson Lago) para o governo do Maranhão. Indicou ministros, pressionou funcionários, fez o que quis. Elegeu-se duas vezes para a presidência do Senado. Suas gestões foram marcadas por acusações de corrupção, filhotismo e empreguismo desenfreado. Ficaram famosos os atos secretos, repletos de imoralidade administrativa.

 

A Influência

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Nas duas presidências Dilma teve grande influência. Nomeou ministros, controlou estatais. Por puro oportunismo, na última hora, apoiou o impeachment. No novo governo impôs na pasta do Meio Ambiente o seu próprio filho e vetou ministros, como no recente caso envolvendo o Ministério do Trabalho. E tudo isso sem ter mais mandato parlamentar.

O mais fantástico é que em mais de meio século de vida pública – como o célebre Pacheco de Eça de Queirós –, não é possível identificar uma realização, uma importante ação em prol do Brasil, nada, absolutamente nada.

Fotos: Capturadas da Internet

Com Informações: http://www.marrapa.com/

Categoria: Notícias